Descrição
Tendo como tela de fundo o santuário natural das “terras do fim do mundo”, em Angola, a autora regressa à infância revivendo acontecimentos dramáticos como a morte da sua irmã em pleno palco da guerra colonial.
Como foi o olhar duma criança sobre esta guerra? Uma galeria de personagens reais, vão desfilando os seus dramas, os seus medos, mas também a sua redenção.
No Portugal imperial em decadência e num pós-guerra centrado nas décadas de 50, 60 e 70, saem a descoberto os segredos silenciados das vidas esmagadas pela fome e pela desconexão.
O personagem principal é a Natureza. O pai e a mãe são personagens de apoio, mas ainda assim condutores da ação. Ele por ser o seu herói absoluto, que lhe constrói a personalidade à força de verdadeiros exemplos diários de coragem e humanidade. A mãe, sobrevivente de incesto e duma desconcertante estória de vida entrega-lhe outro tipo de ensinamentos capazes de gerar arrebatadoras forças e aprendizagem constante sobre superação.
A galeria de outros personagens que se cruzam com a miúda também trazem memórias de resiliência apesar de frequentemente morrerem.
A autora regressa assim à infância com este livro, numa tentativa de se libertar dos seus fantasmas e 50 anos mais tarde vivificar os que ficaram para trás. Ainda procura sincronicidades pósteras.
E talvez a realidade tenha mesmo superado a ficção.
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